domingo, 28 de junho de 2009

Entrevista com Margareth Menezes

Por: Elias Rezende - eliastere@gmail.com

Margareth Menezes começou sua carreira artística com 18 anos. Um de seus primeiros trabalhos foi como atriz, logo em seguida, descobriu que tinha o dom de cantar e se dedicou totalmente a essa carreira. Com sua voz, ela consegue fazer uma multidão balançar todo o corpo. Na entrevista Maga falou do bloco Afropop, das referências de suas músicas com o Candomblé e os seus projetos para 2009. Confira a entrevista na íntegra.

Com essa negritude viva em seu estilo musical, quais foram seus desafios no cenário artístico?

Os desafios continuam. Graças a Deus, sempre estamos aprendendo muito. Acho que a coisa mais bacana nessa profissão é ver que sempre tem alguma coisa para aprender, transformar e continuar cativando as pessoas, os povos, e sempre com novos desafios. Todo dia você tem que provar alguma coisa.

No movimento Afropop você teve alguns convidados dos blocos afros. Como é feita essa escolha de cantores?

Durante muitos anos eu participei dos ensaios do Ilê e Olodum. Depois de algum tempo, tivemos a idéia de ter um momento de confraternização, um movimento. Foi essa coisa de chegar, reunir, festejar uma liberdade. A proposta é de misturar cultura musical e racial, mas também assumir que você é urbano e que vive no dia-a-dia.

É uma realidade que os grupos afros têm um trabalho muito interessante. Segundo informações, o Malê tem interesse que você participe mais dos ensaios deles. Você pretende ser para o grupo, o que Daniela foi para o Ilê?

Eu sempre estou no Ilê e no Malê, participando dos eventos. Vai chegando perto do Carnaval e os ensaios vão começando e, sempre que possível, eu participo. Também é super interessante que o Malê participe do movimento Afropop. O trabalho que Daniela faz é bem legal, ela promove a Bahia.

Suas músicas trazem referências diretas do Candomblé. Qual a sua relação com a religião?

A relação é cultural, acho que a Bahia tem que aceitar mais essa raiz, afinal é uma raiz importante para nós. Ela nos ensina a sobreviver, a superar as dificuldades, ser lutador, tudo isso se relaciona ao nosso comportamento social. Quando Brown faz as músicas, ou a gente grava, tem um sentido muito mais de quebrar os tabus. É legal que as pessoas tenham uma relação mais natural com palavras, como: “Dandalunda” e “Orixás”.

Quais são os projetos de Margareth para 2009?

Vem por aí o DVD Naturalmente, e provavelmente vai ser gravado em Salvador.

Acostumada a participar do teatro, como foi emprestar apenas a voz para o Terreiro d’Yesu? Gostou de seu personagem?

Gostei muito, foi um personagem muito especial. Quando eu recebi o convite, fiquei muito feliz, porque já tinha algum tempo que não fazia nada relacionado ao teatro. A experiência com o trabalho de interpretação me deu uma consciência de espaço. Adorei o convite e a proposta da peça.

Você tem um trabalho super interessante com crianças e adolescentes da cidade baixa. Como anda a Fábrica Cultural?

A Fábrica Cultural tem a intenção de trazer outros mundos para aquelas crianças e adolescentes da cidade baixa. A ONG tem a intenção de abrir as possibilidades de comunicação entre as pessoas. Estamos pretendendo fazer um museu com parte da memória de Salvador.

Dia das mães chegando, Margareth pretende ser mãe ainda esse ano?

Ser mãe é uma coisa sagrada. Se não tivéssemos mãe ou pai, não estaríamos aqui. Parindo ou criando, eu acho que dedicar seu amor à criança, trazer uma relação de família é algo muito grande e bonito. Pretender ser mãe, a gente sempre pretende.

Deixe uma mensagem para Salvador

Salvador, minha cidade amada. Desejo que você cresça mais, e que a gente consiga trazer mais paz. Salvador está precisando melhorar, e para isso é necessário que o povo desperte.

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