domingo, 28 de junho de 2009

Entrevista Malu Mader

Por: Elias Rezende - eliastere@gmail.com

Com uma enorme simpatia e um grande carisma, Malu conversou com nossa equipe e contou todas as novidades de sua carreira. Falou sobre o documetário Contratempo e a vontade de fazer um filme de ficcção. Confira na íntegra a entrevista!

Contratempo marca sua estréia como diretora. Como surgiu a vontade de assumir a direção de um filme?

Desde os 30 anos eu tenho vontade dirigir um filme, agora estou com 42 anos e tenho essa oportunidade. O meu marido dizia, vai fazer 40 anos e nada de sair o filme, você só fica falando, falando e nada. Um mês antes de completar 40 anos, comecei a dirigir Contratempo, então eu cumpri minha promessa. Foi uma realização plena e desde os anos dourados, em plenitude total, que eu não me sentia tão feliz, tão realizada.

Assim como acontece no filme, você acredita que a música pode mudar a vida de uma pessoa?

Sou daquele tipo que quando estou para baixo, coloco um rock para me dar um gás, uma animada. Na minha opinião a música pode mudar uma pessoa, mas não fiz o filme querendo mudar ou mandar uma mensagem dizendo: Olhe é possível salvar os menininhos com um projeto social, musical. Não era essa minha intenção. Até tentei fugir o máximo disso, e não queria uma moral final no filme. Queria deixar o filme bem livre disso, o que eu queria mesmo, era mostrar os meninos. Estava empolgada, impressionada com tudo, envolvida com eles e queria mostrar a história sem dizer alguma coisa especifica. É possível a salvação, ainda mais quando você está muito a fim de dar o amor a um projeto social, principalmente quando tem arte envolvida.

Você pretende conciliar o trabalho de atriz e o de diretora? Acha que pode, em um próximo trabalho, dirigir e atuar ao mesmo tempo?
Eu gostaria muito. De alguma forma a minha vontade de dirigir não partiu de uma insatisfação na época que eu estava interpretando. Quando eu dirigi de fato, eu tava meio para baixo, pensando: Pô eu não gosto só de fazer novela, os papéis acabam se repetindo, a gente acaba enjoado por estar nas mesmas situações. Esse sentimento não é só meu. Todo mundo que está em um trabalho de ator sente o mesmo, porque em um dado momento ficam te vendo de alguma forma, e para você revolucionar isso é difícil.
Quando escrevo, penso: Poxa esse papel poderia ser meu, combina um pouco comigo, e quando é um outro autor, ela não vê da mesma maneira que eu me vejo.

Você encontrou dificuldades para realizar esse projeto como diretora? Quais?

Não, foi um trabalho muito prazeroso que fluiu muito bem. A única dificuldade que poderia dizer foi pegar um material muito bom e ter que editar para cortar algumas partes. Tinha uma personagem que tanto eu como a Mini amávamos muito e tivemos que cortar porque ela não era do Vila Lobinhos e não se encaixava dentro da obra. Ela é espetacular, tudo que falava era engraçado, mais infelizmente não se encaixou. Jogar fora é triste, mas não pode ter dó de jogar.

Quais são seus próximos projetos? Há mais trabalhos como atriz ou como diretora? Pretende voltar a fazer novelas?

Esse ano meu projeto é ficar acompanhando o Contratempo nos festivais porque sou uma pessoa muito enraizada. Quero me dedicar a escrever um filme de ficção. Novelas esse ano não tenho planos, o último convite recusei. Não é que não queira fazer novela, mas é que estou me dedicando por enquanto ao documentário. Quem sabe no futuro.

E tem algum personagem do filme que marcou?

Eu fiquei muito chateada do Igor ter saído. A Amanda também, não só pela entrevista, mas porque ela tocava clarineta, e eu queria que tivesse clarineta no filme.Tinha o Jefferson, que aparece tocando um instrumento em um estilo meio poético, mas infelizmente a entrevista dele não foi ao ar porque ele é muito tímido. O Ramon, por exemplo, optamos pela entrevista da mãe dele que fala mais, é mais espontânea. Ela é responsável por ele está tocando tão bem. Ela batalhou, comprou o instrumento para ensaiar e ele se tornou um dos que toca melhor. Jocielton e Diego estavam sempre na roda, mas infelizmente tivemos que cortar porque não cabia todo mundo no documentário, então tem uma hora que tem que fazer opção.

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